Tá tudo bem

Como eu demorei para entender que está tudo bem, que o caminho é meu.

As escolhas são minhas. Os frutos e as consequências delas também são.

E está tudo bem não agradar todo mundo. Ser eu. Fazer o que eu quero, quando eu quero, do jeito que eu quero, sem me sentir na obrigação de ser a tolerante, a passiva, a que deixa para lá, a que harmoniza todos os ambientes.

Porque é bom demais fazer essas coisas pelo outro, menos quando nos sentimos obrigados a fazê-las, ou seja, menos quando nos sentimos responsáveis por elas.

Foi difícil compreender que para não frustrar o outro eu vivia frustrada.

Que eu reproduzia padrões, pensamentos, conceitos e sentimentos que não eram meus, mas que eu carregava nas costas, como se fosse uma bela mochila pesada.

É libertador insistir em se encontrar e não sossegar até abraçar a própria personalidade, a verdadeira identidade.

Quantas vezes chorei ao me impor ou me senti insegura ao posicionar minha própria opinião, como se eu constantemente precisasse validar o que sou ou como me comporto.

Eu não era eu. Eu era tudo o que queriam que eu fosse.

Daí brotou em mim uma urgente necessidade de me encontrar para saber me valorizar. Então, aprendi a dizer NÃO, sem culpa ou preocupação.

Mas ainda tô apanhando para desconstruir anos de influências que absorvi sem impor limites.

Estou apanhando para calar as vozes que não são do meu Eu interior.

Uma hora eu chego lá, sei disso.

Porque está tudo bem, hoje eu sei que as expectativas, a frustração e a decepção dos outros pertencem aos outros e não a mim.

Cabe a cada um lidar com o que é, com o que sente e com o que se quer ser.

E está tudo bem, tudo bem. 

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